Minha idiossincrasia é o meu refúgio


Brinco com palavras.
Delas extraio o que não procuro:
Um ponto de fuga
Atrás de um muro,
Um sentido inexato,
Insípida verdade.

Flerto com palavras.
Busco a mais bela,
A que fale pouco,
Mas que diga muito.
A que transpasse
Tempo e espaço.

Sofro com palavras.
Não com as ditas,
Mas com as não proferidas.
Feridas abertas,
Portas fechadas,
Oportunidades perdidas.

Sangro com palavras.
Talho o papel com aquilo que sinto.
Sendo sincero
Confesso que minto,
Apenas finjo
Seguir meu instinto.

{A minha idiossincrasia é o meu refúgio.}

                               Gian