Le sourire du soldat


Beije a tez do jovem mancebo
Ele não voltará dessa vez
Esta é a derradeira
É a última e a primeira

Porque numa guerra
Quem ganha é a estupidez
Porque depois que se morre
Não importa o que você fez

No campo de batalha
Ele enxerga a triste bruma
E seu peito se pergunta:
Dez mil vidas valem mais do que uma?

Mas abaixar as armas
É atitude de covarde
E de súbito ele escuta:
Vá em frente, avant-garde

E pelos becos escuros
O inimigo ele pressente
Só não pressente a dor da bala
Que o atinge mansamente

Enquanto o gosto amargo do sangue
Lhe corta a respiração
Ele vê que ao seu lado descansa
O corpo de seu irmão

Beije a tez do jovem mancebo
Você não o verá outra vez
Guarde no porta-retrato
O sorriso do soldado francês


Mais um sorriso despedaçado
Pela bélica insensatez

                              Gian

1 comentários:

Anônimo disse...

Enquanto leio, me desfaço nas palavras, em cada frase e em cada sentimento posto neste pedacinho de expressão que me entorpece com tal forma e força que novamente me refaço para buscar um modo de te admirar e que te faça perceber a cada dia mais que tens um dom magnífico de provocar até os sentimentos esquecidos dentro de nós!!!

Leticia