Era ontem, não fosse sempre Densa nuvem radioativa Blocos inertes de concreto E uma tristeza desmedida E o cidadão de plástico Sabe que sua cidade está morta
Era quando, embora hoje Do passado fez-se breve Cruel chama que derrete Timidez que não se atreve
E o cidadão de plástico Sabe que sua esperança lhe corta Era um sonho, distante dorme A despeito da balbúrdia Olhos negros em reflexos Faz-se mister ter concórdia E o cidadão de plástico A indiferença suporta Era simples e inexato Acalmar o medo indômito Desbravar a velha sina Libertar o desejo intrépido E o cidadão de plástico Tem poliestireno nas veias [Mas o cidadão de plástico tem um coração de verdade]
Retirem meu sistema límbico Eu não quero mais chorar Retirem meu sistema límbico Eu não quero mais sentir Retirem meu sistema límbico Eu não quero mais amar Retirem meu sistema límbico Eu não quero mais sorrir Retirem meu sistema límbico Eu não quero mais sofrer Nem tampouco te odiar Eu não quero mais viver Muito menos te matar
Retirem E coloquem no lugar Um dispositivo anti-alegria Anti-pseudo-euforia Anti- noite e anti- dia Anti-falsidade, anti-hipocrisia E me ensinem o que eu já sabia E me mostrem o que eu mais temia
Congelem meu sistema límbico Conservem essa utopia Distribuam meu sistema límbico Lord Byron o adoraria Gian
Vamos comemorar a nossa falta de bom senso Vamos fazer da anarquia a nossa bandeira Vamos depor o presidente E instituir uma ditadura A ditadura do consumo A ditadura da indiferença A tudo que não nos é intrínseco Vamos celebrar o medo O medo da dor O medo do amor Vamos brindar a violência A violência gratuita Na sua forma nua e crua Vamos venerar o sensacionalismo E aplaudir as obscenidades que vemos na TV Vamos assassinar nossos ideais Vamos destruir nossos valores O nosso caráter é uma piada Vamos dançar com o perigo Pular amarelinha no campo minado Andar numa corda bamba a 200 metros de altura Vamos brincar de roleta russa Podemos ter a sorte de encontrar a bala Vamos nos jogar do prédio mais alto Vamos beber até cair Como se fossemos idiotas (pois idiotas nós somos) Vamos nos envenenar Com nossas próprias palavras ácidas Vamos engolir a nossa língua E deglutir nossas mentiras Vamos mergulhar Num mar de poeira Vamos viajar Até lugar nenhum Vamos escolher O caminho mais difícil Vamos abrir nossas janelas E fechar nossos corações Vamos cantar canções de saudade Saudade daquilo que já esquecemos Vamos inalar um pouco de monóxido de carbono E parar de respirar por algumas horas Vamos rejeitar os padrões Vamos valorizar o outlier Vamos enterrar tudo que é simétrico Vamos fazer da assimetria a nossa lei
Sorrindo Com lágrimas nos olhos Gargalhadas sorumbáticas Quebrando o silêncio Euforia e disforia São duas gêmeas siamesas Que se abraçam e se fundem Numa tragicomédia da vida real E quem disse que rir de tudo é desespero Não sabia o quão desesperante é não rir Há dias em que a vida tem gosto de tédio E as tardes têm gosto de remédio Há dias em que você pede pra não ter nascido E não deseja abrir os olhos E enquanto a febre não passa Eu me divirto com minhas fúteis dores de cabeça E com as palavras cruzadas que eu não sei resolver Cada vez mais calado, cada vez mais disperso Meu mundo é do tamanho de um grão de areia E minha cidade me consome Aqui moram pessoas sem rosto e sem nome Em minha casa sempre há poeira Revestindo os móveis E revestindo os pulmões Ontem pensei em me matar Mas hoje você me sorriu E amanhã? O amanhã é uma incógnita Tão fria quanto um cubo de gelo Tão cruel quanto o pior dos algozes E o pior dos algozes sou eu Pois sou o meu próprio carrasco O mocinho e o bandido O herói e o vilão Mr. Hyde e Dr. Jekyll eram a mesma pessoa Duas faces da mesma moeda Dois lados de uma mesma verdade Agora estou tão cansado A ponto de querer correr uma maratona Agora estou tão animado A ponto de querer dormir a tarde inteira Ao final do dia sempre fica a mesma pergunta: Por que faz tanto frio nas noites de verão?
Uns cheiram éter Outros cocaína Alguns fumam maconha E há os que injetam heroína Também há quem prefira ecstasy E quem use anfetamina... Quanto a mim? Eu escrevo poesias.
Pra quem não conhece, a música "dezesseis", da Legião Urbana, tem a letra baseada em um enredo, contando uma estória, no mesmo estilo de "Eduardo e Mônica" e "Faroeste Caboclo".
E na saída da aula, foi estranho e bonito Todo mundo cantando baixinho: Strawberry Fields Forever
Encontrei a letra dessa música e achei interessante. Ela foi composta por Julinho Marassi e Gutemberg, dois músicos do rio de janeiro. "Aos meus heróis" foi escrita, segundo Julinho, "por saudade da mpb e de escutar todos esses artistas" que fizeram parte de sua juventude. Abaixo está um vídeo da música (as imagens e o áudio não estão muito bons).
Música:"Aos meus heróis" Composição : Júlio Marassi e Gutemberg
Faz muito tempo que eu não escrevo nada,
Acho que foi porque a TV ficou ligada
Me esqueci que devo achar uma saída
E usar palavras pra mudar a sua vida.
Quero fazer uma canção mais delicada,
Sem criticar, sem agredir, sem dar pancada,
Mas não consigo concordar com esse sistema
E quero abrir sua cabeça pro meu tema
Que fique claro, a juventude não tem culpa.
É o eletronic fundindo a sua cuca.
Eu também gosto de dançar o pancadão,
Mas é saudável te dar outra opção.
Os meus heróis estão calados nessa hora,
Pois já fizeram e escreveram a sua história.
Devagarinho vou achando meu espaço
E não me esqueço das riquezas do passado.
Eu quero “a benção” de Vinícius de Morais,
O Belchior cantando “como nossos pais”,
E “se eu quiser falar com…” Gil sobre o Flamengo,
“O que será” que o nosso Chico tá escrevendo.
Aquelas “rosas” já “não falam” de Cartola
E do Cazuza “te pegando na escola”.
To com saudades de Jobim com seu piano,
Do Fábio Jr. Com seus “20 e poucos anos”.
Se o Renato teve seu “tempo perdido”,
O Rei Roberto “outra vez” o mais querido.
A “agonia” do Oswaldo Montenegro
Ao ver que a porta já não tem mais nem segredos.
Ter tido a “sorte” de escutar o Taiguara
E “Madalena” de Ivan Lins, beleza rara.
Ver a “morena tropicana” do Alceu,
Marisa Monte me dizendo “beija eu”
Beija eu, Beija eu Deixa que eu seja eu
Beija eu, beija eu deixa qe eu seja eu
O Zé Rodrix em sua “casa no campo”
Levou Geraldo pra cantar no “dia branco”.
No “chão de giz” do Zé Ramalho eu escrevi
Eu vi Lulu, Benjor, Tim Maia e Rita Lee.
Pedir ao Beto um novo “sol de primavera”,
Ver o Toquinho retocando a “aquarela”,
Ouvir o Milton “lá no clube da esquina”
Cantando ao lado da rainha Elis Regina.
Quero “sem lenço e documento” o Caetano
O Djavan mostrando a cor do “oceano”.
Vou “caminhando e cantando” com o Vandré
E a outra vida, Gonzaguinha, “o que é?”
Atenção DJ faça a sua parte,
Não copie os outros, seja mais “smart”.
Na rádio ou na pista mude a seqüência,
Mexa com as pessoas e com a consciência.
Se você não toca letra inteligente
Fica dominada, limitada a mente.
Faça refletir DJ, não se esqueça,
Mexa o popozão, mas também a cabeça
Se compro um divã,
escrevo um poema,
reformo o mundo,
ou lavo os dentes.
Ou, ou,
quem sabe,
nenhuma alternativa.
Dúvida, dívida das
minhas certezas.
Tantas e tantas, por
eternos tempos que a
cada instante se
transformam em
interrogações, exclamações,
dor, choro e até riso
cínico.
Beirut é o nome de uma banda americana originária de Santa Fé, Novo México, e criada em 2006, pelo vocalista Zach Condon.
Escutei o Beirut pela primeira vez através da minissérie Capitu, exibida há alguns anos na globo, e desde então passei a conhecer mais sobre a banda. Com um som inovador, que mistura elementos do folk, do pop e da música do leste europeu, o grupo se utiliza de vários instrumentos musicais, como violoncelos, violinos, ukuleles, saxofones, trompetes e sanfonas, os quais, unidos a voz melodramática de Condon, resultam em algo inusitado.
A banda no ínicio não teve seu valor reconhecido. As coisas só começaram a melhorar quando eles lançaram o CD "Gulag Orkestar", sobre o qual a imprensa musical britânica fez a seguinte crítica: " Um sublime misto de otimismo e de demissão... Um álbum maravilhosamente estranho e maravilhoso."
Abaixo, o clipe da música mais conhecida do grupo: "Elephant Gun".
Os caras também participaram de um projeto de um site francês, no qual gravaram algumas músicas ao vivo em ruas e cafeterias de algumas cidades. Abaixo, o vídeo da música "Nantes", gravado nas ruas de Paris.
Destaque também para as músicas "Postcards from Italy", "Scenic World", "The Penalty" e "Transatlantique".
Weezer é uma banda estado-unidense de rock alternativo, formada em fevereiro de 1992. Até hoje, lançou sete álbuns, um EP, um DVD e mais recentemente um álbum remasterizado de seu álbum de estréia, com algumas músicas adicionais. Atualmente, a banda é formada por Rivers Cuomo (vocal e guitarra), Brian Bell (guitarra), Scott Shriner (baixo), Patrick Wilson (bateria). As principais características da banda são o estilo nerd e os clipes sempre criativos e irreverentes.
No clipe "Perfect Situation", que conta com a participação da atriz Elisha Cuthbert, é inventada uma história para contar como o Weezer foi criado.
Confira também os clipes de "Sland in the sun", "Keep fishin (com a participação dos muppets)", "Pork and beans" e "Beverly Hills".
Para você ganhar belíssimo Ano Novo cor de arco-íris, ou da cor da sua paz, Ano Novo sem comparação como todo o tempo já vivido (mal vivido ou talvez sem sentido) para você ganhar um ano não apenas pintado de novo, remendado às carreiras, mas novo nas sementinhas do vir-a-ser, novo até no coração das coisas menos percebidas (a começar pelo seu interior) novo espontâneo, que de tão perfeito nem se nota, mas com ele se come, se passeia, se ama, se compreende, se trabalha, você não precisa beber champanha ou qualquer outra birita, não precisa expedir nem receber mensagens (planta recebe mensagens? passa telegramas?). Não precisa fazer lista de boas intenções para arquivá-las na gaveta Não precisa chorar de arrependido pelas besteiras consumadas nem parvamente acreditar que por decreto da esperança a partir de janeiro as coisas mudem e seja tudo claridade, recompensa, justiça entre os homens e as nações, liberdade com cheiro e gosto de pão matinal, direitos respeitados, começando pelo direito augusto de viver. Para ganhar um ano-novo que mereça este nome, você, meu caro, tem de merecê-lo, tem de fazê-lo novo, eu sei que não é fácil, mas tente, experimente, consciente. É dentro de você que o Ano Novo cochila e espera desde sempre.